Em inglês se diz ”Coachiability”. Numa escala (de Ladyshaw), você é passível quanto de passar pelo processo de Coaching? Esta escala vai se 0 a 6. No zero a pessoa não está propensa. Na verdade até a escala 3, se o cliente fizer, terá poucas chances de usar os conhecimentos, aplicá-los e haver mudanças positivas. A pessoa nesta fase da vida faz coaching por que pediram. Não partiu dele o desejo. Fez para agradar outro ou por medo do outro, ou para provar que não é teimoso e que passará pelo processo. Em geral, estas pessoas perderão tempo.
Já a partir de 4 até 5, a pessoa sente alguma necessidade de mudar algo em si, algo o incomoda, e ela busca ajuda para saber se existe alguma metodologia, e que de fato ela precisa mudar. Estas podem sim mudar e muito, desde que queiram, desde que enxerguem que podem alterar pensamentos, atitudes, crenças. Exigirá que eles adquiram novos comportamentos, o que não é fácil. Abandonar alguns pensamentos e iniciar novos hábitos. Por isto a maioria dos que passam pelo coaching, não mudam significamente. É parecido como abandonar algum vício, ou emagrecer. Poucos conseguem.
Já na escala 6, a pessoa sente e tem forte motivação para mudar. Ela tem uma necessidade grande de atingir novos patamares em sua vida, conquistar posições diferentes, vivenciar novos hábitos. A procura pelo coach é natural, altamente desejada. A chance de conquistar o almejado, aumenta sobremaneira, pois não entram no processo para questionar, lutar contra, querer expor suas convicções, verdades e opiniões. Elas contestam suas próprias verdades, suas crenças, e não o que ouve. Para ter sucesso no processo, algo duradouro e poderoso, o coachee (cliente) deve ser humilde. Humildade vem de Humus = terra. A pessoa sabe que tem os pés na terra, por isto não é arrogante, prepotente, o senhor-sabe-tudo. Prefere escutar, digerir, do que falar seu ponto de vista. Sabe equilibrar opiniões alheias adversas com suas próprias. Controla sua ansiedade em ouvir desaforos ou idiotices e não questionar, mesmo sabendo estar certo.
Enfim, de acordo com Shirzad Chamine, apenas 20% dos seres humanos conseguem utilizar seu potencial verdadeiro, seus “sabotadores”, inibi-los e colocar para fora o que ele chama de “sábio” que mora em cada um, e que existia em nossa infância. É um longo percurso desenvolver-se no coaching, seja ele em grupo ou individualmente. A decisão é sua!
Marco Antonio Gioso
FMVZ-USP