O mundo pet: Negócio do futuro!

Se algum estudante pré-universitário perguntar-me de uma profissão promissora para as próximas décadas, eu não hesitaria em citar a Medicina Veterinária, entre outras. Mais de 20 profissões do ano 2035 nem existem hoje.

Na medicina veterinária, há dezenas de áreas pouco ocupadas pelo profissional, ou que tem potencial enorme. Faltam veterinários interessados. O Brasil precisa de mais veterinários. O mundo mais ainda! Nesta revista não há interesse fundamental em inspeção de produtos de origem animal, pescados, produção de proteínas, gerenciamento de granjas, fazendas, haras, biologia molecular, gestão de sustentabilidade, de resíduos agrícolas industriais e naturais, transgênicos, tecnologia da informação, gerenciamento de crises, sistema econômico rural, agro-gestão, e a lista é enorme. Olha quantas oportunidades!

Ocorre que os estudantes não se interessam por estas áreas tanto quanto por clínicas. Parte é estratégico do ensino universitário. Dever-se-ia priorizar áreas fundamentais ao crescimento do país. Mas o Estado pouco se interessa por estratégia a longo prazo (20 ou 30 anos). Cabe a nós, sociedade, o terceiro setor, mobilizar-nos!

Porém, esta revista tem como exemplo o setor pet e sua indústria, que movimentam 10 bilhões de dólares anuais, e está entre os três maiores do planeta, com 17 mil clínicas, consultórios e hospitais, e outros milhares de pontos de venda, gerando 1,7 milhões de empregos. Com 120 mil médicos veterinários, sendo 40% voltados ao setor pet, ou seja, 50 mil, basta fazer as contas. Se uma clínica tiver 3 veterinários, seriam necessários 41 mil exercendo a profissão.

Existem hospitais com dezenas de colaboradores, além de veterinários trabalhando em outras áreas clínicas. Além da disparidade demográfica: a maioria prefere trabalhar nos grandes centros. Faltam veterinários em muitas empresas. Sim, faltam! Há empregos demais para pessoas de menos. Sei que muitos que me leem necessitam desesperadamente de profissionais, especialmente os bons (nem precisam ser excelentes, raridade!).

Se você tem boa formação, sabe trabalhar em equipe, não procura apenas pelos direitos empregatícios, é competente, gosta de trabalhar duro com ou sem plantões: você pode escolher onde quer trabalhar. Há carência de especialistas como: radiologistas, ultrassonografistas, oncologistas, intensivistas, oftalmologistas, ortopedistas, dentistas, entre outros. E mais: quantos veterinários são competentes como gestores? Marketing? Raros. Estão aí novos campos! O que ocorre são estudantes que vão sempre para a mesmice. Não significam áreas menos importantes, apenas sobrecarregadas, por vezes. Com mais animais (cães e gatos) do que crianças até 14 anos, há potencial e tendência de crescimento indiscutível para as próximas décadas. Com pets cada dia mais dentro de casa, qual sua dúvida de que o mercado pet e as profissões a ela voltadas são o futuro? Veterinário é tudo de bom. É a profissão do momento e para os próximos 30 anos!

Marco Antonio Gioso
FMVZ-USP

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